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Editorial

coluna

Publicado: 11/06/2020 às 06h07min

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O que o governo dizia que era fake pode ser verdadeiro

O dia de ontem serviu de pesadelo para Rondônia. A Polícia Federal juntamente com a Controladoria Geral da União e o Ministério..

O dia de ontem serviu de pesadelo para Rondônia. A Polícia Federal juntamente com a Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal desencadeou uma operação que deixou os rondonienses perplexos. Mais de R$ 21 milhões destinados para o combate ao novo coronavirus pode ter sido utilizado de forma ilegal. Os indícios são de compras de produtores e contratações de serviços direcionadas, com pagamentos milionários antecipados, sem a garantia de entrega. Tudo isso num período de muitas mortes e prejuízos para empresas.

Outro assunto que veio à tona foi a descoberta de 50 ventiladores pulmonares (respiradores mecânicos), utilizados em UTIs, tipo de aparelhagem que está em falta nos hospitais de Rondônia. Os equipamentos que poderiam ter salvado muitas vidas de vítimas da Covid-19, estariam num almoxarifado da Secretaria Estadual de Saúde desde 2017. A pretexto não poderiam ser utilizados pela razão de compra ser para um hospital em Guajará-Mirim, ainda não concluído. Porém, com a pandemia do novo coronavirus, o governo estadual (dono dos equipamentos guardados) decretou estado de calamidade pública, que flexibiliza qualquer regra de gestão pública. Dessa forma, poderia utilizar os aparelhos, inclusive em Guajará-Mirim, onde muitas pessoas estão morrendo por falta de assistência de saúde.

A imprensa da capital vinha noticiando fatos suspeitos na saúde estadual, e o próprio governador saiu em defesa de sua equipe, alegando que as notícias eram fakes (falsas). Com a operação policial de ontem e a revelação de servidor da saúde da existência de equipamentos novos guardados, deixam o governo estadual em situação desconfortável perante a justiça e diante da população. Como explicar tais situações? Seria excesso de confiança do governador em sua equipe ou não há organização na gestão estadual? De uma forma ou de outra, muitas vidas perdidas e o rombo na economia com fechamento de empresas, desemprego e falências, poderiam ser minimizadas se a gestão tivesse feito bom uso de dinheiro, recursos, aparelhos, insumos e muitas outras ajudas que chegaram do governo federal e por meio de empresários preocupados com situação grave no estado. 


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