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Editorial

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Publicado: 01/03/2019 às 09h02min

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Transporte urbano em crise constante

O anúncio de 120 demissões de trabalhadores não é o único motivo da nova crise nos transportes coletivos de Porto Velho. A incerteza..

O anúncio de 120 demissões de trabalhadores não é o único motivo da nova crise nos transportes coletivos de Porto Velho. A incerteza das empresas prestadoras dos serviços, diante de um mercado saturado, faz com que a solução fique cada vez mais distante. Especialistas garantem que o atual fluxo estimado em 60 mil passageiros por dia não garante retorno para os investimentos necessários.

Atualmente, nas principais cidades do país, o transporte coletivo de passageiros já oferece ônibus com ar condicionado e wi-fi, mas isso talvez não seja essencial nesse momento em que outros investimentos mais urgentes, se fazem necessário. Quem ganhar a concorrência pública precisará investir em pontos de ônibus, nova frota, terminal de integração, tecnologia de serviços, e outros fatores fundamentais para atender bem a população. Serão necessários um bom aporte financeiro inicial para o retorno à longo prazo.

Não é de hoje que o transporte coletivo vem declinando na Capital. Na gestão passada, o então prefeito Mauro Nazif também enfrentou crises e conflitos no sistema. As empresas concessionárias sempre reclamam das condições das ruas, falta de mobilidade com faixas exclusivas para ônibus, custo elevado dos serviços e concorrência desleal. Atualmente as queixas são semelhantes indicando que na atual gestão os problemas ainda não foram resolvidos.

No que se refere à crise e a deslealdade na concorrência, os empresários calculam perdas provenientes de ofertas diversas que concorrem diretamente com o transporte coletivo. Porto Velho tem cerca de 700 taxis (muitos desses fazendo o serviço compartilhado concorrendo com ônibus), mais 700 mototáxis e estima-se pelo menos 8 mil veículos trabalhando com o transporte por aplicativos. Os números de clandestinos que fazem corridas de motos e carros não são conhecidos. É certo que existe saturação de mercado e ofertas de serviços de qualidade não satisfatórias.

Não é somente os empresários de empresas de transporte coletivo que espera solução para a crise. A população de Porto Velho não tolera os preços das ofertas legais e alternativas com as qualidades conhecidas. Com a população acima dos 500 mil habitantes, a cidade precisa de imediato compor um programa de transportes que possam contemplar as alternativas disponíveis com a demanda existente.


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