Porto Velho/RO, 25 Março 2024 07:37:10

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 18/04/2017 às 06h30min

A- A+

Já imaginaram?

Com a Operação Lava Jato, que atinge com efeitos devastadores de um raio a classe política rondoniense, é bem possível que o cenário..

Com a Operação Lava Jato, que atinge com efeitos devastadores de um raio a classe política rondoniense, é bem possível que o cenário eleitoral no Estado seja alterado em 2018. Mas já imaginaram? As coisas estavam andando para “Alemão” ser candidato ao Senado e “Maçaranduba” ao governo, além de Valter Araújo à Assembleia Legislativa, com suas goelas vorazes e escancaradas para o erário público, mesmo com tantos escândalos protagonizados nas últimas décadas.

Com tanta voracidade com o dinheiro público, a classe política rondoniense devorou as compensações sociais dos consórcios hidrelétricos, cujos recursos acabavam nos bolsos dos gângsteres locais que cobravam proteção, como se fazia em Chicago nos tempos de El Capone. Em Rondônia até os sindicatos entraram na dança da propina. Ao invés da CUT proteger os trabalhadores, seus dirigentes se fartavam com o dinheiro das usinas, conforme as denúncias.

Rondônia precisa de uma depuração destes vampiros do erário nas eleições de 2018. O dinheiro que roubaram está fazendo falta na saúde, educação, segurança, mobilidade urbana, etc.

Os grandes escândalos

Desde a transformação em Estado, no início da década de 1980, Rondônia tem protagonizado grandes escândalos com golpes aplicados pelos políticos. Com a chamada bancada do pó, na década de 1990, nosso Estado foi enlameado até a medula. Logo em seguida, tivemos golpes seguidos dos presidentes da Assembleia Legislativa, Marcos Donadon, Natanael Silva, Carlão de Oliveira e Valter Araújo – sendo dois presos (Natanael e Valter) e os demais foragidos – condenados por malversação e desvios de recursos.

Com a Assembleia Legislativa, onde foram feitas tantas Operações da Polícia Federal, como a Dominó, que teve repercussão nacional com os chamados deputados propineiros, acreditava-se que Rondônia já tinha atingido o auge em termos de corrupção. Mas comparados com os casos das Usinas na Operação Lava Jato, os escândalos locais podem ser taxados de mixurucas.

A Polícia Federal traz à tona o que temos de pior. Aqui se locupletaram políticos, sindicalistas, índios, empresários e boa parte da imprensa. Havia propinas a rodo.

A punição nas urnas

O povo de Rondônia até tem feito a sua parte ao renovar as Câmaras Municipais e a Assembleia Legislativa em até 70% a cada pleito. É certo que alguns clãs políticos com tantos processos nas costas resistem, não largam o osso há décadas, e através de uma política assistencialista ou do populismo, se perpetuam no poder através de familiares, como os clãs Donadon (Vilhena), os Oliveira (Alta Floresta), os Amorim (Vale do Jamari), os Muleta (Jaru), etc.

Em Rondônia o dinheiro público é rapinado e serve desde pagar mães de santos, apartamentos para amantes, viagens a Nova York e a Disneylândia, aquisição de fazendas, imóveis em Comburiu, vistosas caminhonetes e tantas coisitas mais. Os sindicalistas têm seguido o mesmo comportamento dos políticos com as entidades de classe que mais arrecadam alvo de um verdadeiro festerê das ratazanas.

No ano que vem será mais uma oportunidade para o eleitorado de Rondônia buscar renovação dos quadros políticos e sindicais, punindo os criminosos nas urnas e separando o joio do trigo.


Deixe o seu comentário

sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

Arquivos de colunas