Porto Velho/RO, 23 Março 2024 17:08:14

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 16/08/2023 às 08h43min | Atualizado 16/08/2023 às 08h51min

A- A+

Começa a corrida pelas 23 cadeiras da Câmara de Vereadores de Porto Velho na eleição 2024

Confira a coluna

A cúpula da Amazônia

Seguindo o script da lenda mineira segundo a qual o motorista do governador não pode levar o carro para a rua nem tão rápido que pareça em fuga nem tão devagar que pareça provocação, a Declaração de Belém, síntese da Cúpula da Amazônia, não foi tão contundente a ponto de desencantar possíveis parceiros europeus nem tão suave para ignorar pontos cruciais do drama climático mundial e suas vinculações com as inúmeras carências da região.

Sendo o que se esperava dela, a declaração foi abrangente – compõe-se de 113 objetivos – e se carro andou rápido foi ao deixar a cada país (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) definir o timing da concretização de acordo com suas possibilidades e circunstâncias. Ao menos manteve a meta geral de zerar a devastação até 2030. 

Movendo o carro devagar, prevê a criação de sete novos organismos internacionais, ainda a montar, para as questões indígenas e climáticas. A provocação está em que a providência corresponde à velha contemporização político-administrativa de criar grupos de trabalho para se debruçar especificamente sobre questões complicadas. Felizmente o lançamento da Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento para unificar as ações de todos os países para a proteção da floresta é auspiciosa e leva o documento final da Cúpula da Amazônia ao ponto central: unir esforços para salvar a floresta e o clima.

……………………………………………………………………………..

Com 23 cadeiras

Neste segundo semestre, começa a corrida pelas 23 cadeiras da Câmara de Vereadores de Porto Velho na eleição 2024 ampliadas sem consulta a população. São os atuais 21 vereadores buscando a reeleição e mais uns 15 ex-deputados estaduais, alguns deles com grande poder de fogo, além de lideranças distritais de União Bandeirantes, Extrema e Jacy-Paraná criando asas. Os atuais edis se espicham por todos os lados para garantir mais quatro anos de mandato e alguns bem avaliados pelos bons serviços à comunidade, outros já com a testa carimbada de “avestruz” ou “vaca de presépio”, que diga-se de passagem, a maioria deles.

Rondônia colônia

A história nos lembra como o Brasil era tratado no ciclo Brasil colônia. É o que vemos as empresas aéreas fazendo com Rondônia, nos tratando como colônia, onde sofremos as penas dos infernos. Rondônia se transformou num estado “sem voos”, ficará sem voos diretos para Cuiabá e Manaus até o final do ano. Nossa classe política deve estar desprestigiada, pois a cada audiência pública realizada, assistimos novos cortes das companhias aéreas. E agora a GOL se aliou a Azul no propósito de reduzir voos em Rondônia nos seus projetos e o compromisso de o governo federal priorizar a malha aérea na região Norte, é pura balela.

Água é vida!

A Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia-Caerd, um abrigo de marajás e compinchas de políticos desde as décadas passadas anuncia que está aumentando geometricamente, mais do que quintuplicando – a captação de água do Rio Madeira e com isto tenciona atender melhor as demandas da população de Porto Velho que tem apenas a metade de seus habitantes recebendo água encanada em suas residências. Em release, dizendo que água é vida, a companhia não explica como vai enfrentar a contaminação do mercúrio provocado pelo garimpo na sua maior fonte de captação. Tempos difíceis pela frente – com o câncer aumentando a cada ano.

A imigração

Segue a imigração de famílias rondonienses fixadas em décadas passadas em Colorado do Oeste e Cerejeiras, para Portugal, Estados Unidos e Espanha. O IBGE registrou grandes perdas populacionais nestas duas cidades nos últimos anos e uma enorme revoada de volta de migrantes paranaenses e catarinenses para os setores de construção civil, cooperativas, frigoríficos e industrias em Cascavel (PR), Ponta Grossa (PR) e Chapecó (SC). Em Camboriú (SC) também é enorme a presença de operários rondonienses, acreanos e paraenses na construção civil, uma das mais badaladas praias do sul do País atualmente.

Cenário comum

Nas capitais do Norte, dominadas pelo narcotráfico, o cenário de execuções diárias, em disputa pelas facções criminosas, se tornou rotina em Porto Velho, Rio Branco e Manaus. Não é à toa que os presídios destas capitais estejam superlotados de criminosos pertencentes as facções que disputam território na venda de entorpecentes. É um verdadeiro banho de sangue com as populações aterrorizadas e as autoridades de segurança sem soluções para a questão da segurança pública. Famílias, mas abastadas nas referidas capitais estão mandando seus filhos para Portugal. Espanha, Inglaterra e Estados Unidos.

Via Direta

*** Seguindo uma tendência do Mato Grosso e Rondônia, o estado do Acre dobrou sua produção de soja no último ano, fomentando com isto toda cadeia do agronegócio *** É coisa de louco, os garimpeiros amazônicos já estão faiscando até no Pico da Neblina. Será uma nova Serra Pelada? *** Se o Brasil não resolve nem problemas como o de balas perdidas no Rio de Janeiro, dos piratas nos rios da Amazônia, da cracolândia em São Paulo, como acreditar que será possível reduzir os seguidos recordes de feminicidios no País? *** Em Rondônia as autoridades de segurança pública sequer conseguem elucidar os furtos de cabos elétricos nas residências, parques e avenidas. É muita incompetência.


Deixe o seu comentário

sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

Arquivos de colunas