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Carlos Sperança

coluna

Publicado: 27/06/2018 às 06h00min

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Divisão que enfraquece

Bolívar sonhou há dois séculos com a América Espanhola unida na Grande Colômbia, mas a desagregação prevaleceu. No Brasil, a..

Bolívar sonhou há dois séculos com a América Espanhola unida na Grande Colômbia, mas a desagregação prevaleceu. No Brasil, a cláusula pétrea da unidade indivisível da Nação fica ameaçada pelo desrespeito à Constituição, rasgada por PECs em pencas, uma profusão de medidas provisórias e até por decretos como o do IPI dos concentrados.

O jornal Times, de Londres, ainda no século XIX, previu o Brasil retalhado porque algumas regiões se recusariam a aceitar a enorme dívida do Império, contraída para sustentar interesses do Sudeste. A República, porém, aceitou a dívida para ser reconhecida internacionalmente.

Eça de Queiroz na mesma época também alertou para o risco de um Brasil “fracionado em repúblicas independentes”. No livro O forjar de uma nação, o historiador R. J. Barman viu que um Brasil dividido em pedaços seria engolido pela Argentina, feito o maior país do continente.

O Brasil venceu as profecias negativas porque a união nacional sempre foi seu melhor ativo, mas a desunião entre regiões, alimentada por campanhas como a que o Sudeste move contra os incentivos fiscais, instiga a loucura da desagregação.

É urgente vencer com boa política os atritos entre regiões, que jogam sombras de pesadelo no sonho de uma grande nação. Ela só será forte e rica na plena integração entre suas partes.
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Os parlamentos

Com os jogos já decidindo quem segue em frente na Copa do Mundo, mais as festas juninas que começam a tomar conta do pedaço, as atividades parlamentares nas Câmaras Municipais, assembléias legislativas e no Congresso Nacional terão uma semana de calmaria. Todo mundo vai aproveitando e tocando a campanha a reeleição.

As convenções

Numa temporada totalmente atípica, os partidos vão as convenções que vão homologar as candidaturas a partir do dia 20 de julho sem as suas chapas majoritárias definidas. Também as coligações para as cadeiras a Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados seguem em negociações em Rondônia.

Fazendo as contas

Sabe-se que a política não é uma ciência exata, muito pelo contrário. Mas as siglas e os candidatos fazem as contas se as coalizões em formação servem aos seus interesses no pleito de outubro. Nas eleições ao governo do estado, por exemplo, os candidatos a ALE e Câmara dos Deputados evitam a se associar a candidatos taxados de “cavalos paraguaios”. Querem nomes consistentes.

Coisa complicada

Na capital o que se vê é uma reeleição complicada para os atuais deputados estaduais. Boa parte deles é acusada de submissão pela opinião pública, pecando pela falta de fiscalização dos atos do Executivo. Além disto, tradicionalmente saem de dois a três deputados estaduais eleitos pela Câmara de Vereadores de Porto Velho.

Pagando o pato

E tudo indica que serão deputados e políticos tradicionais a pagar o pato pela rejeição da classe política em Rondônia. Os vereadores da capital e do interior e seus cabos eleitorais – mesmo tantos com o poleiro sujo – atacam com furor os parlamentares e estão colocando todos na vala comum, ou seja, no mesmo estábulo de vacas de pesépio. No entanto, alguns representantes não merecem os ataques. Vamos separar o joio do trigo.

Via Direta

*** O PSDB chega aos 50 anos de fundação em crise, com suas maiores lideranças enroladas em esquemas de corrupção, como o senador Aécio Neves *** O PT deve homologar em julho a candidatura ao Senado de Fátima Cleide. O partido não terá candidato ao governo ***O agronegócio de Rondônia esta fechando apoio ao PSL, de Jair Bolsonaro, na peleja ao governo do estado *** O referido candidato é praticamente um desconhecido nos meios políticos e tem base eleitoral na Zona da Mata.


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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