Porto Velho/RO, 18 Março 2024 18:10:04

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 06/12/2018 às 08h19min | Atualizado 06/12/2018 às 17h02min

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Governadores do Norte e Nordeste com pires na mão

À medida que se aproxima a posse dos novos governantes impõe-se como urgente uma firme atenção à realidade, sem fantasiar sonhos..

À medida que se aproxima a posse dos novos governantes impõe-se como urgente uma firme atenção à realidade, sem fantasiar sonhos irrealizáveis. É preciso arquivar as dissensões eleitorais, evitar desmoralizantes teorias da conspiração e revelar as duas mais honrosas capacidades de líderes: praticar a boa política e governar para todos.

Na mesma medida, cabe ao Legislativo legislar, sem se intrometer nos assuntos do Executivo nem virar tribunal. Ao Judiciário, cumpre reduzir o ímpeto de legislar ou interferir nas ações do Executivo além dos limites impostos pela Constituição.

O presidente do STF, Dias Toffoli, reconheceu que nos últimos anos o Judiciário predominou sobre os demais poderes. Atribuiu corretamente esse fato à realidade brasileira, argumento que ninguém poderá contestar, e chamou os juízes a “se recolher” depois de findo o processo eleitoral.

Dois fatores ao menos que impedirão o desejável recolhimento: primeiro, a realidade brasileira não tem origem eleitoral – o medo e o desespero resultam dos atrapalhos da economia que ainda permanecem. Segundo, a polarização ainda vai exigir muita decisão judicial.

No caso da feroz disputa pelas terras amazônicas, o Executivo corta gastos e até pretende abrir mão de multas e o Legislativo já fez as leis necessárias. A Justiça não tem como se recolher.

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Toma lá…

Mesmo bem intencionado, o presidente eleito Jair Bolsonaro não vai conseguir se afastar inteiramente da velha prática da política do toma lá, dá cá. O primeiro indício é o apoio anunciado do MDB através do cacique Romero Juca, partido que com o PT de Lula e Dilma enterraram o País. O MDB não elege presidente, mas esta no poder há quase três décadas e é protagonista da Lava Jato.

….Dá cá!

O segundo indício da prática de negociações políticas que prejudicaram o país nos últimos anos é o aumento de 15 ministérios prometidos na campanha – para 22 e já se pensa em esticar mais um pouco depois dos recentes colóquios com alguns partidos que detém bancadas importantes no Congresso Nacional. As bancadas da Bala e Ruralista já têm seus representantes indicados.

Reféns da ALE

Em Rondônia, o cenário de negociações também não deve ser diferente. Sucessivos governos estaduais foram reféns da Assembleia Legislativa, que em troca de apoio indicam cargos importantes, desde o DER até a saúde. Portanto, para Marcos Rocha contar com maioria segura na Assembleia Legislativa vai ter que ceder espaço aos deputados estaduais famintos por cargos e negócios.

As suplementares

De tanto recorrer às instâncias superiores, o prefeito afastado de Rolim de Moura, Luizão do Trento conseguiu suspender as eleições suplementares do próximo domingo, dia 9, e retornar ao cargo. Não será surpresa se a prefeita cassada de Pimenta Bueno Juliana Roque obter o mesmo resultado e voltar ao Paço Municipal. Lá já existe uma tradição de idas e vindas ao cargo desde a década de 90.

Pires na mão

Com pires na mão, os governadores do Norte e Nordeste acorreram à Brasília em busca de recursos. A situação dos estados e municípios tem se agravado nos últimos anos, com a concentração do bolo tributário pela União e pela renitente má gestão em estados considerados ricos como o RJ MG e RGS. No Nordeste, pelo menos três estados padecem as agruras, no Norte temos o caos na saúde e na segurança.

Via Direta

*** Os ribeirinhos de Porto Velho já estão de orelha em pé com o súbito aumento do nível do Rio Madeira e o fenômeno das terras caídas neste início de inverno amazônico *** Nem começaram as definições políticas sucessórias para 2020 e o prefeito Hildon Chaves (PSDB) já é alvo de sabotagens oposicionistas. Coisa de louco! *** É um comportamento típico na capital e alcaides anteriores também penaram com isto *** A Conexão Miami, com mafiosos rondonienses no meio esta estourando…  

 


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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