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Carlos Sperança

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Publicado: 10/08/2023 às 08h44

Grande parte dos deputados constituintes de Rondônia já foi para o andar de cima

Confira o editorial

A bienal das Amazônias

O nome da primeira edição de evento artístico que já nasce impactante traz uma bela lição a quem lida com os assuntos amazônicos. É a Bienal das Amazônias, franqueada ao público em Belém até novembro. Com a intenção de ser o contraponto em termos culturais à biodiversidade, representando a multiplicidade artística amazônica, a I Bienal tem tudo para ganhar sólida posição no calendário cultural dos anos sem eleições. 

A lição que o evento traz consiste em distinguir o genérico geográfico “Amazônia” das várias Amazônias reais que subsistem na região, para o bem, como em relação a aspectos físicos diferenciados, ou para o mal, como a devastação maior em áreas nas quais a promessa de riquezas da floresta densa é desafiada pela pobreza acumulada com a devastação e a piora do clima.

Com a participação de 120 artistas que desfilam em seus trabalhos as muitas Amazônias reais, a Bienal tem como tema “Bubuia: águas como fonte de imaginações e desejos”. Assim, também no tema a Bienal traz uma lição adicional, pois bubuia é uma palavra importante para os povos amazônicos. Significa deixar-se imbuir pelas águas, viver seu fluxo, gozar suas delícias, vivê-las. É molhar, mergulhar, boiar. Estar de bubuia, em consequência, é estar em paz, gozando a vida. As ameaças às águas, à vida e às Amazônias ainda não permitem a bubuia que seus povos merecem, mas a põem como objetivo a conquistar.

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Situação crítica

Já estava previsto que com a transferência do terminal rodoviário aumentaria o índice de criminalidade na região do porto do Cai N’Água, as margens do Rio Madeira, em Porto Velho. E a coisa desandou mesmo, a ponto da deputada estadual Claudia de Jesus (PT-Ji-Paraná) reivindicar aos órgãos responsáveis melhorias no patrulhamento e segurança daquela região infestada de drogados, ladrões e de piratas atacando embarcações. Impressionante que foi preciso uma parlamentar do interior pedir estas providências. Os deputados e vereadores locais estão com a faísca atrasada? 

Os feminicidios

A Lei Maria da Penha, há 17 anos implantada, tinha como objetivo reduzir a violência contra as mulheres e até ajudou alguma coisa. Mas nos últimos anos tudo piorou de vez. A cada 7 minutos, um estupro, a cada 10 horas um feminicidio no Brasil. Não é possível que os governos de direita ou de esquerda não encontrem soluções e diretrizes mais firmes para combater esta situação. Rondônia, por exemplo, é um dos grandes campeões de feminicidios no País e ano a ano a coisa só tem aumentado. Até quando vai esta desgraceira toda? 

Mais fiscalização

Por falar, ainda na mulherada, eu queria chamar atenção das deputadas federais, estaduais e vereadoras de Porto Velho e dos municípios do interior para que fiscalizem melhor a situação das creches no estado. Temos umas vinte abandonadas e se deteriorando, muitas delas, inclusive na capital. É preciso fiscalizar as empreiteiras, se der mole elas recebem os recursos e somem do mapa, conforme já ocorreu com conjuntos habitacionais, viadutos, escolas e estradas etc. Infelizmente é este o mundo que vivemos, onde muitos prefeitos superfaturam até o pãozinho da merenda escolar.

A carta magna

No último domingo, dia 6 de agosto, a constituição de Rondônia completou 40 anos da sua promulgação, numa época em que Rondônia fervilhava. O Estado derivado do território federal tinha sido recém implantado, as primeiras eleições gerais ocorridas em 1982 (menos a governador) e no ano de 1983 os deputados constituintes eleitos fariam história ao escrever a carta magna rondoniense, que seria revisada em 1988. O presidente José Bianco (PDS-Ji-Paraná), o relator Amizael Silva (PDS-Porto Velho) e Amir Lando e Tomás Correia (MDB-Porto Velho) foram os protagonistas naqueles exaustivos trabalhos. 

Os constituintes

Grande parte dos deputados constituintes de Rondônia já foi para o andar de cima, como Amizael, Jacob Atalah, Cloter Mota, Jô Sato (Colorado do Oeste), Ângelo Angelim (Vilhena), Ronaldo Aragão (Cacoal) entre outros imortalizados pela importante obra. Mas ainda estão firmes e fortes, lúcidos e operantes, Bianco (Ji-Paraná), Amir Lando (Porto Velho), Tomas Correia (Jaru), Oswaldo Piana Filho (Porto Velho). Destes, Bianco foi senador e governador, Amir Lando senador e ministro, Angelim governador nomeado, Tomás prefeito de Porto Velho e Oswaldo Piana governador de Rondônia.

Via Direta

***Na próxima semana o Dnitt publica edital de licitação para a construção das duas pontes de concreto que desabaram na BR- 319, que conecta Porto Velho (RO) a Manaus (AM) ***As pontes, como se sabe, diante de baitas tempestades caíram nos rios Curuçá e Autaz Mirim e deverão ficar prontas num prazo estabelecido de um ano, se tudo der certo *** Trocando de focinho para tomada: Se tem uma coisa que não acredito é em estatística sobre segurança púbica. Este negócio que a criminalidade diminuiu em Porto Velho é desmentida pelos cadáveres das vítimas da guerra desenfreada pelas facções do narcotráfico *** O povo está aterrorizado, a vida noturna perigosa *** E salve-se quem puder.