Porto Velho/RO, 26 Março 2024 20:32:44

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 17/08/2023 às 09h00min | Atualizado 17/08/2023 às 09h04min

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Nas eleições municipais em Porto Velho, tradicionalmente os deputados federais tem levado a melhor

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Navegando na diplomacia

Considera-se que a Cúpula da Amazônia, em Belém, foi a arrancada do Brasil para uma ofensiva no cenário mundial em busca de assumir a liderança da redenção ambiental e climática do planeta. Descontado o “complexo de vira-lata”, autodepreciação de quem considera impossível o Brasil ser levado a sério, o mundo anseia por uma resposta positiva para seus dramas. 

Com isso, o Brasil só não assumirá esse papel se ceder à tentação de afrontar a União Europeia. Ainda mais vira-lata que a torcida contra no país, a UE duvida que o Brasil seja capaz de fazer frente ao desmatamento e aos crimes ambientais. No entanto, em processo crítico frente ao prolongamento do absurdo conflito entre Rússia e Ucrânia, alimentado em seu sangrento surrealismo pelos senhores da guerra, o mundo anseia pela vitória sobre duas ameaças apocalípticas – a ruína nuclear e a climática. 

É andar descalço em escombros fumegantes, mas também a oportunidade que jamais surgiria se o mundo fosse a sua melhor versão, com riqueza compartilhada com justiça, higidez para todos e a conquista da felicidade, direito que só alguns poucos usufruem, em ambientes controlados pelo poder econômico. 

Apesar das muitas latas que ainda serão viradas, não é tarefa impossível o Brasil chegar ao pleno desenvolvimento econômico e social navegando externamente na diplomacia climático-ambiental e internamente trilhando caminho da bioeconomia.

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Com prestígio

Nas eleições municipais em Porto Velho, tradicionalmente os deputados federais tem levado a melhor em cima dos estaduais e demais lideranças políticas. Assim foi com Jerônimo Santana (MDB), Chiquilito Erse (PDT), Carlinhos Camurça (PTB), Mauro Nazif (PSB). Escaparam desta sina, o petista Roberto Sobrinho (que inclusive foi reeleito) e o atual prefeito Hildon Chaves (União Brasil). O segundo em peleja muito equilibrada na primeira eleição com o então deputado federal Leo Moraes (Podemos) na época franco favorito para ganhar a parada, mas que ao final sucumbiu. 

Protagonistas

Na eleição de 2024 os deputados federais e ex-deputados federais voltam a ser os protagonistas do pleito na capital. Casos dos atuais deputados federais Fernando Máximo (União Brasil) e Cristiane Lopes (União Brasil), dos ex-deputados federais Mariana Carvalho (Progressistas) e Leo Moraes (Podemos). São todos políticos bolsonaristas, conforme posições firmadas nos últimos pleitos e neste cenário Máximo leva vantagem recebendo a preferência do eleitorado evangélico sobre Mariana, Cristiane e Moraes. Lembrando que Mariana, filiada aos Progressistas, é a candidata da Igreja Universal.

No vermelho

Nas contas da Confederação Nacional dos Municípios-CNM, mais de 50 por cento dos municípios brasileiros estão no vermelho e por isto seus prefeitos voltaram a se reunir em Brasília em busca de soluções. Existe o agravante do atraso do pagamento das  emendas parlamentares, recursos importantes extraídos das ações dos deputados federais e senadores destinados as municipalidades, mas a liberação deste dinheiro depende do Poder Executivo que usa a rédea curta para acordos com parlamentares na votação de projetos governistas. No meio de tudo isto, quase 90 por cento do que as municipalidades arrecadam é gasto com a máquina pública. Que situação.

Em Rondônia

No estado de Rondônia a situação igualmente é aflitiva principalmente para os pequenos municípios que perderam população, casos ocorridos no Cone Sul rondoniense (menos Vilhena e Chupinguaia), Zona da Mata (menos Rolim de Moura). Como a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios-FPM é feito com base nas populações dos municípios, cidades como Ministro Andreazza, que perdeu a metade da sua população nos últimos anos, se ferraram de vez. Perdas no FPM, mais atrasos da liberação de recursos de emendas parlamentares representam muito. Padecem menos apenas os polos regionais de Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena.

As audiências

Ao final das audiências públicas sobre a suspensão dos voos em Rondônia na Câmara de Vereadores de Porto Velho, da Assembleia Legislativa e bancada de deputados federais e senadores em Brasília, o resultado foi brisa. Encontros esvaziados, sem soluções, com muito papo furado. Os problemas das elevadas tarifas aéreas continuam, a suspensão de voos não foi revogada e “Hildonlopolis” (conhecida também como Porto Velho) está com o coração na mão, pois até os voos para Manaus e Rio Branco estão indo para as cucuias. Ninguém se une, agem isoladamente.

Via Direta

*** A Assembleia Legislativa de Rondônia segue seu programa de interiorização, com encontro em Machadinho do Oeste, na exposição agropecuária local na próxima semana *** Por falar em feira do agronegócio, também na semana que vem teremos a Expovel, a Feira de Porto Velho de volta ao Parque dos Tanques depois de 11 anos paralisada *** O presidente do Sindicato dos Servidores do Legislativo –Sindler Mirim  Luís de Brito está acertando um plano de saúde para os servidores da Assembleia Legislativa. Uma boa notícia para a categoria *** E mais de um século depois da sua criação, as fezes continuam pululando nas ruas e avenidas de Porto Velho por falta de rede de esgoto. Até quando?


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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