Porto Velho/RO, 18 Março 2024 22:44:44

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 22/08/2023 às 10h27min

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O fundão eleitoral para as eleições municipais de 2024 terá um orçamento de R$ 11,8 bilhões para os políticos se esbaldarem

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Ao gosto da plateia

Aula categórica de como os políticos se esmeram na arte de dizer à plateia o que ela quer ouvir partiu do presidente Lula da Silva, que a cultiva desde os tempos de sindicato, onde basta gritar palavras de ordem para ser freneticamente aplaudido.

No clima da Cúpula da Amazônia, Lula disse que na região “moram milhões de amazônidas que querem viver bem, trabalhar, comer, ter aquilo que produz, além de querer preservar, não como santuário, mas fonte de aprendizado da ciência do mundo inteiro”. 

Garantiu assim aplausos internos e externos, de produtores, consumidores e cientistas. E não foi só no discurso que o governo agradou gregos e troianos. Ao criar a Secretaria Nacional de Bioeconomia, por exemplo. Para muitos, embora isto possa gerar fartas discussões, a bioeconomia merece até um Ministério. Mas, sendo uma secretaria, seu destino mais adequado, a considerar a lógica dos organogramas, deveria ser o Ministério da Economia. 

No entanto, a política falou mais alto: ao vincular a Secretaria da Bioeconomia ao Ministério do Meio Ambiente, o governo fortaleceu a ministra que nunca mais quer perder: Marina Silva. Ministro costuma sair e cuidar da própria vida, mas Marina é daquela espécie rara que ao sair sacode a nação. Pode-se até esperar que outros ministérios também tenham áreas específicas voltadas a aspectos diversos da bioeconomia, mas meio ambiente e vida continuarão uma dupla digna de aplausos gerais.

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Eleições 2024

Aos poucos as eleições municipais do ano que vem vão despertando atenção nos bastidores políticos e alguns nomes já considerados com uma boa largada. Em Porto Velho, estaria largando na frente, o deputado federal Fenando Máximo (União Brasil), em Candeias do Jamari, o ex-prefeito e ex-deputado federal Lindomar Garçom (Progressistas) em Ariquemes a prefeita Carla Redano (Progressistas), que disputa a reeleição, em Ji-Paraná o ex-prefeito Jesualdo Pires (PSB), em Cacoal o atual prefeito Fúria (PSD), na peleja da reeleição. São as primeiras movimentações do tabuleiro para o pleito 2024.

Aposentados

Alguns políticos rondonienses optaram pelo pijama e se aposentaram das pelejas eleitorais, depois de brilharem durante anos no cenário estadual. São os casos dos ex-prefeitos de Porto Velho, Sebastiao Assef Valadares, José Vieira Guedes, Carlinhos Camurça, do ex-governador Oswaldo Piana Filho (hoje residindo no Rio de Janeiro), entre outros nomes relevantes. Em Ji-Paraná na capital da BR, o ex-prefeito, ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-governador José Bianco, embora sempre prestigiando os candidatos de seu partido, também deixou as disputas, como o ex-prefeito e ex-senador Ernandes Amorim em Ariquemes, e o ex-governador Valdir Raupp em Rolim de Moura.

Nossos vizinhos

Nossos vizinhos da região amazônica estão enfrentando dificuldades e se comparadas as suas situações, Rondônia, mesmo com a segurança pública caótica e a saúde em cacos, é um paraíso. Em Roraima, o governador Antônio Denarium teve o mandato cassado. No Amazonas, o prefeito David Almeida enfrenta um processo de impeachment e o governador Wilson Lima se viu obrigado, devido à queda da arrecadação a reduzir em 25 por cento as despesas, seja de diárias, contratos novos, aluguel de aviões, embarcações etc. Como se sabe, Rondônia, Amazonas e Roraima tem governadores bolsonanistas.

Ódio no coração

Para o cara-pálida que falar que a saúde vai mal em Rondônia, o governador Marcos Rocha vai lembrar que a ministra da saúde é sua fã. Para aqueles que conspiram contra seu mandato – tem muita agitação nos bastidores e já se fala até em novas eleições – Rocha define que os perdedores têm ódio no coração e que ele confia na justiça. No programa Conexão, via internet, do jornalista Ivan Frazão, o mandatário dá a melhor notícia: o estado navega em mares tranquilos em termos de crescimento econômico e arrecadação. Com isto será possível tocar adiante obras estruturantes no seu mandato.

Jogo de empurra

Temos um jogo de empurra sobre a crise causada pela suspensão de voos das empresas Azul e Gol e das tarifas elevadas em Rondônia no meio da classe política. De um lado, vereadores e deputados responsabilizando a bancada federal de deputados federais e senadores pela falta de solução. De outro os políticos cobrando ações do governo do estado, através da redução de impostos e do preço do querosene para extinguir o anuncio as suspensões de voos das empresas para Cuiabá e Manaus. Com tudo isto, os preços das passagens aéreas foram lá para as estrelas. Ninguém faz nada e a ANAC diz que as empresas são livres para suas estratégias. Coisa de louco.

Via Direta

***Olha aí gente: o fundão eleitoral para 2024, com as eleições municipais terá um orçamento de R$ 11,8 bilhões para os políticos se esbaldarem. Não é à toa que estão criando partidos quase todo dia em busca destas benesses *** Tem gente mamando nos diretórios municipais e regionais há quase três décadas *** Trocando de saco para mala: o centro administrativo do Acre, que será edificado em Rio Branco, contará com um baita lago para refrescar a temperatura proporcionando um clima agradável ao governador e seu secretariado *** Também contará com uma passarela elevada conectando as secretarias. Um grande projeto arquitetônico *** Aos poucos os antigos palácios dos governos estaduais vão se transformando em museus.


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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