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Carlos Sperança

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Publicado: 31/12/2016 às 06h00

Prefeitos abandonam

O municipalismo encerra 2016 no fundo do poço. Metade dos municípios legando dívidas aos prefeitos que assumem neste domingo, quase 20%..

O municipalismo encerra 2016 no fundo do poço. Metade dos municípios legando dívidas aos prefeitos que assumem neste domingo, quase 20% deixando salários atrasados, sendo que uma parte dos alcaides abandonou as respectivas cidades na última semana, como aconteceu em municípios do Rio de Janeiro, que simplesmente sumiram do mapa. Em Porto Velho, na última semana, quase todos os secretários nem apareciam mais para dar expediente nas suas pastas, outros apenas assinavam o ponto dando o fora logo em seguida.

Algumas cidades conseguiram ajustar as contas graças à repatriação de recursos, e um dos casos foi Porto Velho, que promoveu uma economia de guerra para conseguir passar a gestão com os salários em dia para o futuro gestor. Foram esforços concentrados em todas as secretarias, com demissões de comissionados, cortes de combustíveis e redução de gastos até para os serviços essenciais.

A grande verdade é que a maioria das cidades que não reelegeu prefeito está às traças. A desgraceira será passada a adiante…

Apelo ao bom senso

Já está desenhado o primeiro confronto entre o governador Confúcio Moura (PMDB) com o prefeito eleito Hildon Chaves (PSDB). Será pela paternidade do sistema de água e esgoto em Porto Velho. Cassol e Sobrinho fizeram a mesma coisa, sabotando-se entre si, e a capital está no prejuízo até hoje.

De um lado, o governador Confúcio Moura afirmando que é um contra senso do prefeito tucano Hildon Chaves buscar as Parcerias Público Privadas (PPP) para o empreendimento, sendo que alguma parte do sistema já foi feita (milhares de tubulações já foram enterradas) e a nova licitação já está pronta para ser lançada em março. É fato.

Por sua vez, o prefeito Chaves justifica que Porto Velho não pode mais esperar processos travados pela Justiça e que se arrastam há 8 anos – e com os recursos sistematicamente bloqueados. Também é verdade.

Os dois mandatários têm suas razões e ambos os argumentos são plausíveis. Entendo como mais razoável Confúcio destrinchar a questão do esgotamento sanitário, ou que se junte a Hildon para tocar a importante obra. Seria puro bom senso.

Ponto de discórdia

Um segundo confronto (acima relatei a questão do esgotamento sanitário) ameaça as boas relações entre o governador Confúcio Moura (PMDB) e o prefeito eleito Hildon Chaves (PSDB). Trata-se da nova rodoviária de Porto Velho, renegada pelos ex-prefeitos que sofreram os desgastes decorrentes da omissão.

Uma antiga lei, que vigorava nos idos do território, dava conta que a construção das rodoviárias era de responsabilidade do governo, e por conta disto o prefeito Mauro Nazif (num equívoco político de sua gestão) empurrou de vez a coisa para o governo do Estado. Ora, nada mais importante que um prefeito assuma suas responsabilidades, e Hildon Chaves está fazendo isto ao puxar a obra para a municipalidade, negada pelo antecessor.

Só que, pelo lado do governo Estadual, a coisa já está adiantada. O projeto técnico foi concluído (inspirado nas rodoviárias de Rio Branco e Cuiabá) e até o terreno já está desapropriado e pago, aguardando as liberações das licenças ambientais. É mais um caso de deixar a briga de paternidade de lado e trabalharem em conjunto.