Porto Velho/RO, 30 Março 2024 12:42:51

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 07/01/2017 às 06h20min

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Primeiros reajustes

O mês de janeiro registra os primeiros confrontos do prefeito que tomou posse com a Câmara Municipal, onde se o alcaide não tiver..

O mês de janeiro registra os primeiros confrontos do prefeito que tomou posse com a Câmara Municipal, onde se o alcaide não tiver maioria acaba penando nas mãos dos vereadores, muitos sedentos de cargos e da velha prática do toma-lá, da-cá. No caso de Porto Velho, se o alcaide der mole os vereadores botam logo arreio no chefe do Executivo, como ocorreu com Mauro Nazif (PSB), obrigado a ceder, desde cargos comissionados até negócios variados.

O mês de janeiro é de desgastes para o chefe do Poder Executivo. Geralmente o mandatário é pressionado pelas empresas do sistema de transportes coletivos para reajuste – a maioria das capitais já tem nova tarifa desde ontem – e é quando se prepara o lançamento dos carnês do Importo Prerdial e Territorial Urbano (IPTU), um dos tributos mais caloteados pelo contribuinte. Seja qual margem do reajuste aplicado, se crucifica o novo gestor.

O IPTU é um baita foco de impopularidade para o administrador, pois o prefeito muitas vezes se vê obrigado a cobrar os atrasados – a metade da população não paga em dia – na justiça. Somado aos efeitos das chuvas, janeiro, de fato, será um mês difícil para nosso alcaide.

A redução de deputados

A proposta de Emenda à Constituição, já tramitando no Senado, que reduz o número de deputados federais para 405, atinge diretamente as bancadas dos Estados de Rondônia, Amapá Acre, Roraima e Tocantins, que perderiam quatro parlamentares cada.

Pela proposta, de autoria do senador Álvaro Dias (PV-PR), o número mínimo de deputados federais passaria de oito para quatro nos Estados com menor população, e o número máximo de 70 para 50 nos Estados mais populosos. O projeto estabelece que o imite mínimo de quatro deputados nos Estados menos populosos será atingido de forma escalonada, no quarto pleito após a promulgação da emenda constitucional. A mesma regra valerá para as unidades da federação com número de deputados superior ao mínimo proposto.

O objetivo da PEC seria diminuir o grave problema de desequilíbrio à representação das bancadas dos Estados na Câmara Federal, e a consequente diminuição de gastos públicos. Dias justifica a medida como necessária para a homogeidade da representatividade no Congresso Nacional e vai de encontro com o objetivo global de redução de gastos públicos e do tamanho do Estado. Mas reduções no Senado ele não disse nada, né?…

As mãos de tesoura

Com as finanças do municipalismo abaladas, a última coisa que um prefeito que assumiu gostaria de ouvir é sobre contingenciamento de recursos do Orçamento da União. Mas ante a queda de projeções do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e mais a necessidade de ajustes da economia, é o que as mãos de tesoura do governo Temer já trabalham para o exercício de 2017.

O contingenciamento de recursos da União também pode atingir as emendas parlamentares dos deputados federais e senadores, outra fonte importante de dinheiro para os alcaides tão necessitados em suprir demandas sociais tão devastadas nos últimos dois anos. A crise tem afetado duramente, não só a saúde, a coleta de lixo, mas também o transporte escolar – e até mesmo a merenda.

Em Rondônia, poucos municípios terão condições de suportar a travessia econômica com as contas em dia. Mesmo aqueles com arrecadações mais ajustadas estão adequando os gastos até para o cafezinho e a distribuição de combustíveis para suas frotas de veículos. Com emendas parlamentares da ordem de R$ 132 milhões destinadas a Porto Velho, nossa bancada federal precisa ficar atenta aos desdobramentos na economia.

 


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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