Porto Velho/RO, 23 Março 2024 06:57:23

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 04/10/2023 às 11h10min

A- A+

Rocha e Bagatolli estão firmes e fortes em seus cargos

Confira a coluna

Apenas terra

Pesquisadores do passado, com a ideia fixa de que os povos primitivos da Amazônia eram pobres diabos ignorantes, incapazes de criar recursos tecnológicos favoráveis ao desenvolvimento de sua economia, ficaram intrigados com o que julgaram o fenômeno das terras escuras da região, chamadas pelos indígenas como “eegepe”, generosos oásis de fertilidade em uma região cujas terras não são as mais produtivas do planeta para fins de agricultura moderna.

Pesquisas conduzidas em áreas do Território Indígena Kuikuro para remontar a história geológica das terras escuras retroagiram três mil anos no passado para determinar a época segura em que elas começaram a figurar no mapa da produção regional.

Com dez vezes mais nutrientes que a média do solo trivial da Amazônia, apresentando elevadas concentrações de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, manganês e zinco, as terras escuras não foram dadas por ETs ou fantásticas figuras místicas das religiões e das lendas. Resultaram de experiências desenvolvidas manualmente pelos povos amazônicos na antiguidade pré-colombiana. Os estudos que levaram a essa conclusão foram feitos pelo geólogo Taylor Perron, ligado ao Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do famoso Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA). Bem terra a terra. Nada de mistérios ufológicos ou religiosos, portanto.

………………………………………………………………………………….

A coisa esfriou

Era tanta gente interessada em ver o governador Marcos Rocha (União Brasil) e o senador Jaime Bagatoli (PL) cair do poleiro (terem seus mandatos cassados) que já estavam acreditando em eleições suplementares para ambos cargos. Tinha candidato até colocando seu bloco na rua para disputar o CPA Rio Madeira, tantos lustrando as botinas para disputar a cadeira do senador Bagatolli. Mas a coisa esfriou, Rocha e Bagatolli estão dando sinais de vitalidade nos cargos e os adversários voduzantes se aquietaram até uma nova investida, porque desistir eles não desistiram de cutucar nas altas esferas processos pendentes na justiça eleitoral.

Terras caídas

Nas grandes secas dos rios da Amazonia temos acompanhado o fenômeno das terras caídas, que são os grandes desbarrancamentos de rios. Em Porto Velho já ocorreu um de grandes proporções na década passada, o distrito de Calama tem sido vítima desta erosão provocada pela infiltração de águas nos barrancos. No Amazonas, o município de Parintins tem sido o grande atingido pelo fenômeno, mas nesta temporada foi em Beruri, na comunidade de Arumã, no Rio Purus, a maior tragédia dos últimos anos com o desmoronamento de quase toda a vila ribeirinha.

Despejos em PVH

Em recente audiência pública, a Assembleia Legislativa discutiu a regularização fundiária e ao meio desta situação alguns despejos tramitando na justiça. Algumas ações justificadas em vista das invasões a áreas públicas destinadas a construção de escolas, creches, praças e equipamentos de interesse das comunidades, outras com origem incentivadas por políticos interessados em angariar votos, causando grandes problemas sociais. Temos invasões consolidadas, em algumas regiões, como a do Porto Cristo, Planalto, Cristal da Calama, e novas invasões criando asas, como aquela da Vila Dnit, depois da ponte do Rio Madeira. Muito problema social para ser resolvido e muitas famílias ameaçadas de ficar sem seus barracos.

Muitos transtornos

A seca se agrava ao longo do Rio Madeira em Porto Velho e os transtornos aumentam, desde prejuízos a pesca, ao transporte de mercadorias na hidrovia Rondônia-Amazonas, abastecimento de água na própria capital e nos distritos do baixo madeira e agora a suspensão do funcionamento das turbinas da Hidrelétrica de Santo Antônio em decorrência da diminuição em 50 por cento do nível do nosso amado Madeirão. Em 2014 a Usina parou pela monumental cheia, agora pela seca que promete se esticar até meados de janeiro. É muita desgraceira.

Convenções 2024

Começam as primeiras tratativas para as convenções municipais que vão homologar as candidaturas dos postulantes à prefeitura do município de Porto Velho no ano que vem. Algumas lideranças com posições confortáveis, ante o controle dos convencionais e suas respectivas comissões executivas dos partidos, outros com dificuldades em tomar goela abaixo os diretórios municipais, diante de adversários mais cascudos. A base do governador Marcos Rocha tem vários candidatos, e os partidos estudam composições, alguns casos acenando desde já para rompimentos.

Via Direta

*** Oportuna a discussão em torno da necessidade da industrialização em Rondônia. Lembro que o tema vem à baila desde 1998, na campanha de José Bianco ao governo do estado. Mas as coisas não prosperaram *** Porto Velho segue vivendo a economia do contracheque e o Distrito Industrial criado ainda no governo Oswaldo Piana (aquele do Linhão) relegado pelas autoridades municipais e estaduais *** Com o mercado imobiliário em baixa na capital rondoniense, muitos corretores se obrigaram a buscar emprego no comércio varejista *** Uma situação muito diferente da situação dos tempos das usinas, quando o mercado atraiu grandes empreiteiras de todo o País.


Deixe o seu comentário

sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

Arquivos de colunas