Sob forte pressão

Cada cidade rondoniense aos poucos vai definindo sua vocação de relação com seus políticos. Vilhena, por exemplo, tem forte tendência, com seu dedo podre, em eleger em sequência prefeitos corruptos. Já Guajará-Mirim adora alcaides incompetentes, enquanto que Ouro Preto do Oeste, mandatários mafiosos e assim por diante. Jaru e Ariquemes formaram clãs de políticos pilantras que rapinavam até recentemente os cofres públicos.

Em Porto Velho, o esporte predileto da população – que reúne em muitos casos todos os defeitos do comportamento de Vilhena, Guajará e Ouro Preto – é de malhar o prefeito em exercício. Nunca Mauro Nazif (PSB) sofreu tanto. Foi o prefeito mais chutado pela opinião pública nos últimos tempos.

Mas um novo comportamento da opinião pública local é de assustar: os corneteiros já estão malhando o prefeito eleito de Porto Velho sem ao menos ele assumir o cargo. Não estão dando a mínima chance para o gestor se estabelecer, não importando a situação que ele está assumindo. Hildon Chaves (PSDB) assume o Paço Tancredo Neves domingo já sob forte pressão.

Pobres mãezinhas

Prefeitos e governadores mais experientes e catimbeiros de Rondônia costumam tirar férias em janeiro, mês que ocorre o auge das chuvas do inverno amazônico, quando as alagações causam grandes transtornos para a população urbana – em alguns bairros da capital a água sobe até a cintura – e na zona rural, onde a malha das estradas coletoras e vicinais se arrebenta. Neste período as mãezinhas dos governadores e prefeitos são muito insultadas, logo as pobrezinhas que não têm nada a ver com a coisa.

Lembro que em certa oportunidade o então prefeito Roberto Sobrinho passou o cargo para o vice Emerson Castro para passar o período de janeiro. Aproveitou e deu um presente de grego ao amigo, que teve que assinar o decreto de reajuste de transportes coletivos. Baita amigo da onça.

Já o catimbeiro Confúcio entrou em férias dando o “privilégio” do vice Daniel Pereira assumir no auge da chuvarada, quando nem tatu com chuteira consegue se locomover pelas estradas interioranas. Já o atual prefeito Mauro Nazif vai escapar da malhação deste início de 2017, pois o cargo será transferido para Hildon Chaves.

Os predadores 2018

As primeiras impressões para as eleições da Assembleia Legislativa em 2018 são que se repita uma renovação de 70%, fenômeno que também ocorreu no pleito da Câmara de Vereadores de Porto Velho e outros legislativos municipais do Estado na campanha de 2016.

No caso de Porto Velho, os predadores já estão se formando, e alguns deles são vereadores eleitos. Devem chegar de asas crescidas na eleição 2018, o jovem Maurício Carvalho (PSDB), que terá para impulsionar seu voo a Presidência da Câmara da capital; e o edil mais votado, Alex Palitot. Tem predadora também no pedaço: A ativista Ada Dantas é mais popular e respeitada politicamente que o marido Jesuíno, que é atualmente deputado estadual e cumpre um bom mandato.

Os sete parlamentares eleitos em Porto Velho não são, a rigor, campeões de votos, já que o eleitorado da capital é muito dividido. Todos abaixo dos 12 mil votos (a maioria na casa dos nove mil) e desgastados até o talo como estão, serão presas fáceis para os predadores de 2018.