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Publicado: 21/10/2020 às 06h00min | Atualizado 21/10/2020 às 10h09min
Chegou o mês de alerta para o diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que mais mata mulheres no Brasil e no mundo. Nos anos anteriores presenciamos palestras sobre o assunto, incentivos aos exames, com direito a espaços públicos com iluminação cor de rosa em alusão a campanha de conscientização. Acontece que neste ano vivemos um momento atípico onde o isolamento é recomendado para garantir a nossa sobrevivência. O resultado é que as atenções voltadas para o câncer que mais mata mulheres no Brasil e no mundo caíram.
De acordo com a Fundação do Câncer, com base nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o número de mamografias realizadas no país diminuiu 75% em comparação ao mesmo período do ano passado. Número lamentável já que a estimativa para 2020 é de 66.280 novos casos de câncer de mama no país, o que corresponde a um risco de 61,61 de novos casos a cada 100 mil mulheres.
A mamografia ainda é o único exame que reduz a possibilidade de morte por câncer de mama. O exame para detecção deve ser feito uma vez por ano por mulheres na faixa etária de 40 anos a 74 anos, se houver histórico familiar é aconselhado procurar antes.
A proposta do outubro Rosa é válida, depois que a campanha chegou no país aumentou 37% o número de mamografias realizadas. Para aproveitar o embalo os aparelhos mamógrafos poderiam ser melhores distribuídos pelas regiões do país. Já a atenção poderia ser voltada para outros diagnósticos de câncer que também atinge as mulheres, como o câncer de colo de útero, pulmão e o de tireoide.
Os mutirões de exames preventivos para mulheres deveriam ser ofertados com maiores frequências, além do mês de outubro. O tempo de agendamento e espera para as consultas deveria ser menor. A campanha também deve oferecer a mesma importância para o diagnóstico precoce, quanto apoio às pacientes que estão convivendo com o câncer de mama e outros tipos.
Diversas alterações podem ser feitas para melhorar a campanha Outubro Rosa e aumentar a conscientização de mulheres sobre a importância do diagnóstico e tratamento. O que não pode continuar é o adiamento dessas mulheres para a realização de exames de prevenção do câncer. Infelizmente o câncer de mama não vai esperar a pandemia passar. A melhor hora para se cuidar é agora.
sobre Larina Rosa
Larina Rosa é natural de Colorado do Oeste, Rondônia. Jornalista, redatora, repórter do Diário da Amazônia que acredita na luta contra a violência de gênero e igualdade de direito das mulheres na sociedade.